segunda-feira, 6 de agosto de 2018

CNJ organiza e fiscaliza proteção à mulher em 27 estados


                            Além das visitas, a ministra Cármen Lúcia e equipe do CNJ se reuniram com coordenadores da mulher em situação de violência doméstica e familiar, em Brasília. FOTO: Abdias Pinheiro/ Agência CNJ
Além das visitas, a ministra Cármen Lúcia e equipe do CNJ se reuniram com coordenadores da mulher em situação de violência doméstica e familiar, em Brasília. FOTO: Abdias Pinheiro/ Agência CNJ

Entre janeiro e maio de 2018, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se reuniu com representantes das Coordenadorias da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar de 26 unidades da Federação. A ação abrangeu, também, a visita a 15 Juizados de Violência Doméstica e Familiar e a duas Casas da Mulher.
Os encontros realizados representam um trabalho inédito feito pelo Conselho de verificação das condições de atuação dessas unidades judiciárias especializadas no recebimento e processamento de causas cíveis e criminais relativas à violência doméstica e familiar contra a mulher.
As reuniões foram feitas pela juíza auxiliar da presidência do CNJ, Andremara dos Santos, em uma atuação simultânea às visitas feitas às unidades penitenciárias femininas do País para a montagem do primeiro Cadastro Nacional de Presas Grávidas e Lactantes.
“Fazer um trabalho como esse, de verificar in loco as condições desses órgãos dá valor e efetividade à Portaria 15/2017, que reestruturou as coordenadorias”, diz Andremara dos Santos.  “Há, também, a questão da temporalidade porque as coordenadorias e o juizados não são coisas de uma gestão, são órgãos permanentes dos Tribunais de Justiça”.
A Portaria 15 de 2017 instituiu a Política Judiciária Nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres, definindo diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra o sexo feminino.
Entre essas diretrizes, a portaria define que os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal deverão dispor, em sua estrutura organizacional, de Coordenadorias Estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar como órgãos permanentes.
A fim de assegurar o funcionamento dessas unidades judiciárias, a portaria estabeleceu que os Tribunais deverão “discriminar os recursos destinados à execução dos projetos apresentados pelas coordenadorias estaduais”, em medida que assegura dotação orçamentária para essas unidades.
Com essa ação, o CNJ compôs um retrato da atuação das Coordenadorias da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e dos Juizados de Violência Doméstica em atuação no País, com várias unidades se notabilizando pelo trabalho de enfrentamento da violência.

Indicador para feminicídio

Segundo Andremara dos Santos, no Mato Grosso a coordenadoria da mulher tem feito o monitoramento permanente dos processos de violência contra a mulher, chegando a criar um índice para medir os processos de feminicídio.
Essa ação, conforme a juíza, tem sido marcada por uma parceria bem-sucedida entre a coordenadoria e a corregedoria do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Feminicídio é o crime de assassinato de mulheres com motivação no fato de a vítima ser do sexo feminino, com as penalidades estabelecidas na Lei 13.104/2015.
Já no Mato Grosso do Sul, a coordenadoria tem se destacado por oferecer, juntamente com o Senac local, cursos de capacitação para mulheres agredidas e mulheres que cumprem pena. Em São Paulo, a coordenadoria do Estado tem atuado para oferecer treinamento profissional a mulheres presas.

Ranking da violência

No Sul, a coordenadoria do Paraná tem feito uma verificação criteriosa dos boletins de ocorrência da violência contra a mulher. Esse trabalho vem sendo feito após o Poder Judiciário do Estado ter capacitado magistrados e servidores para o atendimento dos casos de violência contra a mulher.
As coordenadorias do Pará e de Sergipe têm, por sua vez, buscado uma classificação específica da violência contra a mulher no escopo mais abrangente da violência doméstica. Nesse sentido, pediram que o CNJ avalie a possibilidade de alteração das tabelas processuais unificadas (estabelece códigos de movimentação e de classificação dos processos) para a adequação dos crimes de violência doméstica específicos de gênero.
Na Paraíba, a coordenadoria elaborou um ranking da violência contra a mulher chamado “Violentômetro”. Trata-se de um folder que elenca atitudes inadequadas em relação à mulher, culminando com a ocorrência do feminicídio. 


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