Edinho Lobão: 16 meses de prisão
por fraude na retransmissão
da TV Difusora no município de São Mateus
(MA).
Uma decisão judicial pode por fim
à candidatura de Edinho Lobão (PMDB), apoiado pelo grupo Sarney. Processado por
fraude em uma empresa de TV em São Mateus, Edinho foi condenado pela Justiça
Federal a 1 ano e 4 meses de detenção por ter cometido operações ilegais na
empresa Difusora, da qual ele é proprietário.
Edinho Lobão Filho era réu em um
processo aberto pelo Ministério Público Federal por fraude operada em uma
empresa de TV em São Mateus, que culminou no pedido de 1 ano e 4 meses de
prisão. O processo corria na Justiça Federal desde 1999 e investigou a relação
de Edinho Lobão com irregularidades no uso de sua empresa de TV. A acusação do
Ministério Público foi pelo cometimento de infração penal, com pena de 2 a 4
anos de prisão, por infringir a Lei das Telecomunicações.
Em setembro de 2010, o juiz
federal Maurício Rios Júnior, que respondia pela 1ª Vara Criminal, proferiu
decisão e afirmou que ficou “devidamente comprovada a responsabilidade penal do
acusado Edison Lobão Filho pela prática do crime previsto no art. 183 da Lei
9.472/97”. A decisão foi tomada após 11 anos de investigação criminal
envolvendo, além de Edinho, Rivoredo Barbosa Wedy e Shélida Salomão
Pessoa.
Para evitar o cumprimento da pena
determinada pela Justiça, Edinho Lobão entrou com um recurso judicial denominado
“apelação”, alegando a prescrição da sentença. Em dezembro de 2010, três meses
após a apelação de Edinho, o juiz federal Ivo Anselmo Höhn Júnior declarou a
punição prescrita.
O processo que culminou em
condenação penal tramitou na Justiça Federal do Maranhão e no Supremo Tribunal
Federal. Em Brasília, o processo chegou após Edinho assumir a vaga de senador no
lugar do pai, Edison Lobão. O relator do processo à época foi o ministro Joaquim
Barbosa. O processo voltou ao Maranhão quando Edinho deixou a vaga de senado
temporariamente, retornando à suplência.
Candidatura na
berlinda
Com uma condenação penal e pedido
de detenção, Edinho Lobão corre o risco de não concorrer às eleições de outubro
deste ano. Isto porque, com a decisão judicial desfavorável em 2010, Edinho pode
ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que determina que políticos que tenham
condenação criminal fiquem de fora das eleições por 8 anos desde que a sentença
tenha sido proferida.
Como o processo já transitou em
julgado e restou provada a participação de Edinho Lobão em fraude envolvendo sua
empresa de TV, a candidatura de Edinho pode não ser aprovada pela Corte
Eleitoral, com base na Lei Complementar 135/2010, popularmente conhecida por
“Lei da Ficha Limpa”.
Para evitar que candidatos
envolvidos em crimes pudesse concorrer às eleições, a lei da Ficha Limpa foi
aprovada pelo Congresso Nacional em 2010 fazendo com que muitos políticos
tivessem que deixar de concorrer por terem sido condenados pela
Justiça.
A partir do Movimento de Combate à
Corrupção Eleitoral, o texto foi elaborado e contou com grande participação
popular, que pressionou o Congresso pela agilidade na aprovação. Um dos
principais articuladores do movimento foi o juiz maranhense Marlon Reis, que tem
importante atuação em ações pela transparência das eleições em todo o
Brasil.
Fonte/blog do Gilberto Lima
Fonte/blog do Gilberto Lima
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