Desembargadora Nelma Sarney (relatora) recusou os argumentos
do Banco (Foto: Ribamar Pinheiro)
O Banco do Brasil terá que indenizar em R$ 2 mil um cliente que passou mais
de quatro horas na fila, aguardando sua vez para efetuar o pagamento de um
boleto bancário. A decisão, tomada na 2ª Câmara Cível do TJMA, determina ainda a
correção monetária do valor, juros e o pagamento dos honorários do advogado do
cliente.
O cliente ajuizou a ação relatando que compareceu a uma agência localizada em
Imperatriz, no dia 26 de abril de 2010, para efetivar um pagamento, chegando por
volta das 14h e saindo apenas às 18h:42min. Ele assegurou que a população de
Imperatriz tem um atendimento bancário deficitário, especialmente nos bancos
públicos, pela falta de funcionários.
A juíza da 1ª Vara Cível da comarca de Imperatriz, Ana Lucrécia Reis, não
acolheu a pretensão do cliente, entendendo que a situação, apesar de
desagradável, não causou efetiva lesão à honra ou à personalidade da parte.
“Ele não foi vítima de dano moral por parte do banco; a existência de um dano
é fundamental para que se possa condenar alguém a indenizar ou reparar alguma
coisa; e por dano moral não se entende, absolutamente, qualquer desgosto ou
contratempo”, frisou a magistrada.
Ao analisar o recurso do cliente, os desembargadores da 2ª Câmara Cível
reformaram a sentença e decidiram fixar a indenização, considerando a falha na
prestação do serviço e o limite de 30 minutos de espera previsto na Lei
Municipal 1.159/2006.
A relatora, desembargadora Nelma Sarney, recusou os argumentos do banco de
que facilita a rapidez no atendimento por meio dos caixas eletrônicos, internet
e correspondentes bancários. Segunda a desembargadora, parte da população não
sabe utilizar os terminais e as filas continuam quilométricas nas agências.
“A espera na fila impõe cansaço físico e emocional à pessoa, é fato aviltante
e afrontoso à dignidade”, afirmou ao conceder o dano moral.
Juliana Mendes
Assessoria de Comunicação
(98) 3198-4370
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