Policiais civis em assembleia geral
Policiais civis de 13 Estados devem paralisar pelo menos parte das atividades
nesta quarta-feira, 21. A Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais
Civis (Cobrapol) diz ter apoio para a greve de 24 horas em Alagoas, Amazonas,
Bahia, Espírito Santo, Minas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio, Rondônia, Santa
Catarina, São Paulo e Tocantins. Mas o nível de adesão é incerto. Policiais
federais e rodoviários federais não vão participar.
"Estamos em negociação com o Ministério da Justiça e vamos aguardar as
propostas", afirmou o presidente do sindicato dos policiais federais no Rio,
Marcelo Novaes. "Mas, se o governo não demonstrar boa vontade, não descartamos
parar na Copa".
Já os rodoviários decidiram nesta terça-feira, 20, suspender o movimento,
depois de dois líderes prestarem depoimento na Delegacia de Defesa dos Serviços
Delegados (DDSD) do Rio. "Eles falaram que a gente está indiciado por formação
de quadrilha. Vamos ver direito isso e vamos fazer nova assembleia no dia 27",
disse a cobradora Maura Lúcia Gonçalves, uma das líderes.
Em Brasília, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse não ver
"clima de greve" na área de segurança. "Mas, se a gente precisar de ajuda, peço
Força de Segurança, peço tudo. A gente viu o péssimo exemplo que foi a
paralisação (da PM) em Pernambuco."
Diferentes categorias profissionais em greve ou em negociação salarial
fazem nesta quarta um dia de manifestação unificada no Rio. Policiais civis,
professores universitários e das redes públicas estadual e municipal, servidores
da Cultura e da Saúde fazem ato às 15 horas na Praça XV.
São Paulo. Na capital paulista, o presidente do Sindicato
dos Investigadores de Polícia do Estado (Sipesp), João Batista Rebouças da Silva
Neto, confirmou que a categoria participará nesta quarta do "ato de
advertência", onde só serviços essenciais serão prestados. Como as diversas
carreiras policiais têm sindicatos e associações diferentes, algumas ainda não
se posicionaram sobre o dia de greve.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindpesp), por exemplo,
descartou adesão. O Sindicato dos Agentes Policiais Civis não tinha uma posição
definida. O mesmo ocorre com agentes de telecomunicação. Já o sindicato dos
escrivães paulistas não respondeu à reportagem, mas a entidade participou da
reunião de organização da greve. "É uma advertência. Todos os policiais estarão
trabalhando só em casos de muita relevância: roubo, assalto a banco e
sequestro", ressaltou Silva.
Outros locais. O tamanho da paralisação é incerto também em
outros Estados. Contrária à decisão do Sindicato da Polícia Civil (Sinpol-PE) de
não aderir ao dia de paralisação nacional, a União dos Escrivães de Polícia de
Pernambuco (Uneppe) organiza um protesto na tarde desta quarta, para reivindicar
melhorias salariais. Já em Minas, a Polícia Civil promete manter escala mínima
só de 30% nas delegacias.
A pauta de reivindicações no País não é única. Mas destaca aprimoramento nas
carreiras de segurança e melhorias salariais. / COLABORARAM MARIÂNGELA
GALLUCCI, ÂNGELA LACERDA E MARCELO PORTELA
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