segunda-feira, 9 de março de 2015

Cunha reitera que é incoerência de Janot incluir seu nome em lista da Lava Jato


Câmara - Presidente Eduardo Cunha - entrevista coletiva







                Eduardo Cunha/Presidente da Câmara
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, voltou a criticar, nesta segunda-feira (9), a inclusão de seu nome na lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de abertura de inquérito para investigar políticos supostamente envolvidos no escândalo de corrupção na Petrobras.
Para Cunha, Janot foi incoerente ao incluir seu nome na lista. "Eu falo claramente: o procurador escolheu a quem investigar. Ele escolheu e hoje eu comprovei no assunto do [arquivamento do processo do] senador Delcídio. Quero deixar claro que não tenho nada contra o Delcídio e nem acho que ele possa ter qualquer tipo de participação.” Cunha referia-se ao caso do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que teve seu nome citado, mas o processo foi arquivado por falta de provas.
O presidente da Câmara reclama dos critérios que foram utilizados pelo procurador para elaborar a denúncia. “Ele escolheu a quem investigar. Consequentemente, a partir de agora, vai ser investigado quem ele quis. Ou seja, essa situação precisa ser esclarecida à opinião pública. São dois pesos e duas medidas. Não é só no caso do senador Delcídio. Quando lerem as outras peças, vão encontrar várias incoerências. Eu mantenho a minha opinião."
Segundo Eduardo Cunha, o pedido de abertura de inquérito tem "situações absurdas". "Por que ele [Janot] não instruiu o processo, antes de fazer o pedido de abertura de inquérito? Ali tem situações absurdas. Por exemplo, ele cita, no início, o delator falando o que outra pessoa disse. Essa outra pessoa também é delatora e ela não falou na delação dela. Ele não juntou isso. Então, isso prova que ele usou dois pesos e duas medidas porque nos outros pedidos de abertura de inquérito, ele colocou que só seria quando uma delação tivesse sido confirmada por outra delação e não aconteceu esse caso comigo."
Acesso aos depoimentos
Eduardo Cunha disse ainda que sua defesa vai entrar com requerimento para ter acesso aos vídeos com os depoimentos das delações. O objetivo, de acordo com o deputado, é levantar mais incoerências e estudar o conjunto das informações.

Afastamento de parlamentares
O presidente da Câmara disse que não deverá ir adiante a intenção do Psol, que vai pedir o afastamento de todos investigados que integrem a Mesa Diretora da Casa, as comissões, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. "A própria decisão do ministro Teori deixa muito claro que investigação não tem nenhum juízo probatório contra quem quer que seja. Então, essa situação é absurda e obviamente isso não vai prosperar."

Na última sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal abriu 21 pedidos de inquérito, por recomendação da Procuradoria-Geral da República, para investigar 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-parlamentares, uma ex-governadora, entre outros. Eles são suspeitos de envolvimento no esquema de desvio de recursos da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Reportagem - Idhelene Macedo
Edição – Regina Céli Assumpção

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