quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

EX-COMANDANTE DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO É PRESO EM OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL


  Coronel Wanderley Pereira preso na operação da PF
    
Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (8), a Operação Torrentes II - Círculo de Fogo, que investiga a relação de bombeiros militares do Maranhão com suspeitos de fraudes no plano de reconstrução de cidades pernambucanas atingidas por enchentes em 2010 e em 2017. Os agentes cumpriram, até as 10h (horário local), seis dos sete mandados de prisão expedidos, bem como nove mandados de busca e apreensão nos dois estados.

Em Pernambuco, foram cumpridos quatro mandados de prisão e dois de busca e apreensão. Os alvos são empresários apontados como responsáveis por desvios de recursos públicos.

No Maranhão, os agentes cumpriram dois dos três mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Estão entre os presos o ex-comandante do Corpo de Bombeiros  João Wanderley Costa Pereira, coronel Carlos Robério e o tenente  Augusto César Cutrim.

Em Pernambuco, os agentes da PF prenderam Ítalo Jacques, Ricardo José Padilha Carício, Daniel Pereira Lucas e Rafaela Carrazzone Padilha, mulher de Ricardo. Italo e Ricardo Padilha já estavam recolhidos no Centro de Triagem (Cotel), no Grande Recife, desde a operação anterior, e voltaram a ser alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira. A esposa de Padilha, Rafaela, também havia sido presa na Torrentes I, mas conseguiu liberdade por meio de habeas corpus.

Os presos em Pernambuco foram levados para a sede da Polícia Federal, no Bairro do Recife, para fazer exame de corpo de delito e comparecerem à audiência de custódia.

Caso sejam condenados, eles podem responder por corrupção passiva e corrupção ativa, cujas penas passam de 12 anos de reclusão.


Ao todo, 80 policiais federais cumprem os mandados de prisão e busca e apreensão, todos expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco.

De acordo com a PF, as irregularidades foram encontradas a partir de documentos apreendidos na primeira fase da Operação Torrentes, deflagrada em novembro do ano passado, apenas em Pernambuco.

A polícia informou que o valor era creditado pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão na conta de uma empresa, que foi investigada na primeira etapa da operação. A partir disso, parte dos recursos era repassada diretamente para oficiais da corporação naquele estado ou para um operador, que ficava encarregado de transferir os valores.


Entenda o caso

A Operação Torrentes surgiu a partir de denúncias anônimas envidas à Controladoria Geral da União em Pernambuco, no ano passado. Os contratos investigados totalizam R$ 450 milhões para compra de comida, colchões, filtros de água e lonas de proteção para os desabrigados.

Segundo a PF, a fraude no valor de contratos para reestruturação de municípios da Mata Sul de Pernambuco após as enchentes de 2010 e 2017 pode chegar até a 30%. Além disso, houve também o não fornecimento dos produtos, o que pode totalizar um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos.

Segundo os investigadores, foi verificado ainda um conluio entre quatro grupos de empresas para que se conseguisse as licitações durante os períodos emergenciais. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou oito envolvidos no caso, sendo quatro militares e quatro citados no grupo de empresários ligados ao suposto esquema.




Na primeira fase da operação, foram expedidos 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 20 de condução coercitiva. Também houve uma condução coercitiva no Pará.

Um dos mandados foi cumprido na Casa Militar de Pernambuco, prédio que fica no mesmo terreno da sede do governo estadual, o Palácio do Campo das Princesas, no Recife.

Todos os mandados foram cumpridos em 9 de novembro, com exceção de um de prisão de temporária - o envolvido se apresentou à polícia em 10 de novembro. Entre os presos, estavam dois coronéis, um coronel aposentado e um tenente-coronel.


Todos os 15 presos foram soltos no dia 14 de novembro, com exceção de um dos envolvidos, que havia sido liberado após ter o habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) no dia 11 de novembro.



Com informações 



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