Dom Frei Paulo Evaristo Arns O.F.M. (Forquilhinha, 14 de setembro de 1921 — São Paulo, 14 de dezembro de 2016) foi um frade franciscano e cardeal brasileiro. Foi o quinto arcebispo de São Paulo, tendo sido o terceiro prelado dessa Arquidiocese a receber o título de cardeal. Era arcebispo-emérito de São Paulo e protopresbítero do Colégio Cardinalício.
Dom Evaristo Arns morreu ás 11:45h da manhã desta quarta-feira aos aos 95 anos, vitima de falência múltipla de órgãos, em consequência de uma broncopneumonia. o Arcebispo de São Paulo estava internado no hospital Santa Catarina em São Paulo
Quinto de treze filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, brasileiros, descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha (região de Rio Mosela).Realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha. Depois ingressou no seminário franciscano, no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em Rio Negro (Paraná). Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio (Santa Catarina). A Filosofia, cursou-a em Curitiba; e a Teologia, em Petrópolis. Três de suas irmãs são freiras, e um irmão faz parte da Ordem dos Frades Menores. Também era irmão de Zilda Arns, morta em um terremoto em Porto Príncipe em 2010.
Foi ordenado presbítero no dia 30 de novembro de 1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, arcebispo de Niterói. Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida de Petrópolis, onde também lecionou no Teologado Franciscano de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, foi professor nas faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Agudos e Bauru. A seguir, retornou a Petrópolis, onde voltou a dar assistência aos desfavorecidos
EPISCOPADO
Em 2 de maio de 1966 foi eleito bispo titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a ordenação episcopal em 3 de julho de 1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha, sendo sagrante principal Dom Agnelo Rossi, arcebispo de São Paulo, e consagrantes Dom Anselmo Pietrulla OFM, então bispode Tubarão, e Dom Honorato Piazera SCI, então bispo coadjutor de Lages.
No dia 22 de outubro de 1970, o Papa Paulo VI o nomeou arcebispo metropolitano de São Paulo, tendo tomado posse a 1 de novembro de 1970, exercendo o cargo até 15 de abril de 1998, quando renunciou, por limite de idade, detendo o título de Arcebispo-emérito de São Paulo
ATIVIDADES E CONTRIBUIÇÕES
Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana. Ficou conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos, principalmente por ter sido o fundador e líder da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, e sua atividade política era claramente vinculada à sua fé religiosa. Segundo ele:
"Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos."
Enquanto bispo-auxiliar, trabalhou na Zona Norte paulistana, no bairro de Santana. Durante a ditadura militar, na década de 1970, notabilizou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país, junto com o rabino Henry Sobel, criando uma ponte entre a comunidade judaica e a Igreja Católica em solo paulista. No mesmo período, também foi um dos escritores do livro "Brasil nunca mais" e integrou o movimento "Tortura nunca mais".
Renovou o plano pastoral da Arquidiocese de São Paulo, instituindo novas regiões episcopais (divisões da Arquidiocese de São Paulo) e quarenta e três novas paróquias. Em 1972 criou a Comissão Brasileira de Justiça e Pazde São Paulo. Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária.
BIBLIOGRAFIA
Autor de 49 livros, suas obras versam sobre a ação pastoral da Igreja nas grandes cidades e estudos da literatura cristã dos primeiros séculos, além de centenas de artigos escritos para as diversas revistas das quais foi redator, antes do episcopado. Umas das principais obras foi a pesquisa por ele organizada, em que foi abordada a tortura durante os Anos de Chumbo: Brasil, Nunca Mais.
O velório e os ritos fúnebres do Cardeal Arcebispo Dom Evaristo Arns, serão realizados na
Catedral Metropolitana de São Paulo
“Se o governo não der um jeito, e se os ricos não se convencerem de que os operários devem ganhar mais e ter a sua remuneração ajustada às reais necessidades das famílias, então o povo brasileiro vai explodir.
É preciso fazer justiça social agora, porque chegou a hora em que velhinhos e crianças, ambas as pontas da vida, reclamam contra aqueles que estão no centro, que somos nós."
É preciso fazer justiça social agora, porque chegou a hora em que velhinhos e crianças, ambas as pontas da vida, reclamam contra aqueles que estão no centro, que somos nós."
DOM EVARISTO ARNS *1921 +2016
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