Uma ação coordenada pela Delegacia Geral de Polícia Civil com a participação das superintendências de Polícia Civil da Capital (SPCC) e Estadual de Investigações Criminais (Seic) resultou na prisão, na noite do último sábado, dia 21, do empresário Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, acusado de intermediar a negociação do assassinato do jornalista Décio Sá.
Durante as investigações que culminaram com recaptura do criminoso, também foram detidos o investigador da Polícia Civil, José Ribamar da Conceição Martins e o vigilante Ednaldo Cruz da Silva, que prestava serviços na delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV). O auto de prisão em flagrante apontou que existia um esquema, no qual o policial e o vigilante receberam propina do empresário, para que ele fosse liberado para circular pela cidade.
Na manhã do domingo (22), a delegada geral Maria Cristina Resende, acompanhados dos delegados Augusto Barros, da Seic, e Katherine Chaves, da SPCC, explicaram como se deram as investigações e o levantamento de provas e informações sobre a movimentação para a saída do criminoso. “Junior Bolinha” foi detido após uma perseguição policial na altura do retorno do Olho D’água. Um empresário, que segundo informou a Delegada Geral, Cristina Resende, estaria sofrendo ameaças e comunicou a polícia sobre as intenções do empresário.
“Todas as denúncias que chegavam à Polícia Civil eram checadas. Passamos a monitorá-lo, a partir da informação que ele estaria na rua, e todas às vezes montávamos uma ação a fim de fazer o flagrante, e ainda não havíamos conseguido comprovar. Ao saber da possível saída dele (Junior Bolinha), começamos a monitorar a conduta do detento. Com essas informações, monitoramos também as pessoas que os rodeavam e ao comprovarmos a saída e com a confirmação de que ele se encontraria com o empresário, deslocamos as equipes e conseguimos, após a perseguição recaptura-lo”, explicou a delegada Cristina Resende.
Ameaças
Júnior Bolinha, segundo o auto de prisão em flagrante, teria feito diversas ameaças ao empresário, identificado apenas como “Jonison”. Em depoimento, ele contou à Polícia Judiciária que as ameaças eram por conta de uma dívida no valor de R$ 180 mil, referente a um aluguel de máquinas pesadas que ele teria feito com Junior Bolinha. O empresário disse ainda aos delegados que teria acertado um encontro com Junior Bolinha, e ao chegar ao local combinado, foi obrigado a entrar no carro que estava sendo conduzido por Junior Bolinha, um Corolla cor Champagne e sem placas.
“Ao perceber a aproximação do pessoal da Seic, Júnior Bolinha, arrancou o carro em alta velocidade. Diante da atitude, os policiais deram início à perseguição. O veículo andou por várias avenidas da capital e nas proximidades do retorno do Olho d’Agua uma pessoa saltou do carro e uma das viaturas que constatou que se tratava do empresário”, contou o superintendente Estadual de Investigações Criminais.
O delegado Augusto Barros falou ainda, que antes de ser preso, Junior Bolinha esteve em sua residência no bairro do Aracagy e no local participou de uma festa, chegando a ingerir bebidas alcoólicas.
Prisão
Outras viaturas continuaram a perseguição e o cerco. Nas proximidades do Araçagy, uma segunda pessoa desceu do carro e ao realizarem a abordagem, as equipes policiais confirmaram que era Junior Bolinha.
Com a confirmação de que o preso não estava na delegacia, a superintendente de Polícia Civil da Capital, Katherine Chaves se deslocou até a DRFV e comprovou que o investigador Martins, que estaria de plantão no sábado (21), não se encontrava na delegacia. “O vigilante que lá estava confessou ter recebido R$ 150,00 para permitir a saída de Junior Bolinha. A Polícia Civil acredita que ao se ausentar do distrito, o investigador se dirigiu à cela do preso, e após o termino da conversa, disse ao vigilante que fosse a cela de Júnior bolinha, isso comprova que já existia um acerto antes”, disse.
Em relação à prisão do investigador, a Delegada Geral foi enfática ao dizer que “a Polícia Civil não compactua com este tipo de conduta. Nos prendemos o policial porque praticou um crime e essa será a resposta para qualquer profissional da nossa Instituição que se envolva com práticas delituosas”, afirmou.
Junior Bolinha foi autuado em flagrante nos artigos 33, por corrupção ativa; 147 pelo crime de ameaça e no artigo 148, por sequestro e cárcere privado. Já o vigilante foi autuado nos artigos 317(corrupção passiva) e artigo 351, por facilitação de fuga e o policial no artigo 317 também por corrupção passiva.
Júnior Bolinha foi transferido ainda na tarde deste domingo (22) para uma Unidade Prisional do Sistema Penitenciário e a partir de agora ficará sob a custódia da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). Já o investigador permanece detido na delegacia Especial da Cidade Operária (Decop). O vigilante foi encaminhado para o Centro de Triagem de Pedrinhas.
As investigações devem prosseguir. A Polícia Judiciária está averiguando o paradeiro do veículo Corolla que deu fuga para Júnior Bolinha e se há o envolvimento de outras pessoas no fato
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O SJNOTÍCIASMA agradece a sua participação.