A primeira Associação de Proteção e Assistência aos
Condenados (Apac) de São Luís será implantada em agosto. O anuncio foi feito
pelo secretário adjunto de Justiça, José Ribamar Cardoso Lima, durante abertura
do curso sobre o método, realizado na manhã de terça-feira, 30, aos presos da
Penitenciária de Pedrinhas. Destinada aos presos em regime semiaberto, a Apac
funcionará onde hoje se localiza a UPR (Unidade Prisional de Ressocialização)
do Monte Castelo.
O curso, que acontecerá hoje (30) e amanhã (31), tem como
finalidade orientar os internos do regime semiaberto da Penitenciária de
Pedrinhas sobre o que é e como funcionam as Apacs. A estimativa é que aproximadamente
120 internos desta unidade sejam transferidos para a Apac do Monte Castelo. De
acordo com o adjunto de Justiça, a proposta é esclarecer aos reeducandos os
direitos e deveres deles dentro do regime Apaquiano. “Uma equipe multidisciplinar
irá esclarecer a eles como funciona a Apac, os direitos e deveres deles, as
vantagens do método. Será um curso completo sobre a Apac. No fim os internos
poderão escolher se querem ou não ir para a Apac”, contou Ribamar Cardoso.
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Respondendo pela 1° Vara de Execuções Penais (VEP), o juiz Roberto
Oliveira de Paula, falou sobre a implantação da primeira Apac de São Luís e
também da medida de prisão domiciliar aplicada a 91 detentos que antes cumpriam
pena na UPR do Monte Castelo. Segundo o magistrado, a finalidade é de
“oxigenar” o sistema penitenciário do Maranhão. “Nós temos um volume muito
elevado de presos nas unidades, não tem espaço para os presos. Então nós
precisamos criar alternativas de espaços e essa decisão (de transferir os
detentos para Apac) contemplará apenas os apenados com bom comportamento e, é
claro, que estão no regime semiaberto”, disse Oliveira.
Sobre a medida de prisão domiciliar, Roberto de Paula falou
que essa alternativa foi bastante pensada. De igual modo á Apac, a prisão
domiciliar também beneficiará somente os apenados com bom comportamento. Além
disso, eles estão em regime semiaberto com trabalho externo. “Foi realizada uma
seleção de internos que estriam preparados ao convívio em sociedade. Nesse caso
da prisão em domicilio, os recuperandos serão monitorados pela equipe de
monitoramento da Sejap e também pela Polícia Civil. Visitas serão realizadas
regularmente por esta equipe às residências deles”, afirmou o juiz.
O presidente da Apac de São Luís, Don Xavier, destacou a
eficácia do método Apac na recuperação do apenado. Ele falou que todos os
esforços com a finalidade de reintegrar o interno ao convívio em sociedade
serão realizados. Questionado sobre a eficiência do método Apac na
ressocialização do reeducando, Xavier foi preciso. “As estatísticas mostram que
o método Apac é o melhor que existe na recuperação de apenados”, respondeu ele.
Diminuição da
reincidência criminal
Hoje já funcionam no Maranhão algumas Apacs. Em cidades como
Pedreiras, Timon e Caxias esse método tem ganhado espaço. Com um trabalho
sério, cujo fim é a ressocialização, o método tem sido aprovados pelas
comunidades onde o método Apac funciona. Dados recentes do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) mostram que a Apac tem contribuído para a redução da reincidência
criminal no Brasil, e no caso do Maranhão não é diferente. “Nesse método nós
buscamos valorizar a pessoa e ensinar a ela o respeito ao próximo. Fazemos de
tudo para evitar a ociosidade. Todos onde esse método é implantado aprovam,
porque até a reincidência criminal diminui”, comentou Ribamar Cardoso.
Apac
A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados é uma
entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada
à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de
liberdade. Amparada pela Constituição Federal para atuar nos presídios, possui
seu estatuto resguardado pelo Código Civil e pela Lei de Execução Penal. A
associação opera como entidade auxiliar dos poderes Judiciário e Executivo,
respectivamente, na execução penal e na administração do cumprimento das penas
privativas de liberdade nos regimes fechado, semiaberto e aberto. A metodologia
Apac fundamenta-se no estabelecimento de uma disciplina rígida, caracterizada
por respeito, ordem, trabalho e o envolvimento da família do sentenciado.
A principal diferença entre a Apac e o sistema carcerário
comum é que, na Apac, os presos (chamados de recuperandos pelo método) são
corresponsáveis pela recuperação deles, além de receberem assistência
espiritual, médica, psicológica e jurídica prestadas pela comunidade. A
segurança e a disciplina são feitas com a colaboração dos recuperandos, tendo
como suporte voluntários e diretores das entidades, sem a presença de policiais
e agentes penitenciários.
Neste método, obrigatoriamente, todos têm trabalho e
educação, aproximação com a família e com a sociedade, e estímulo à valorização
da autoestima. Em caso de fuga, todos são penalizados com a perda do direito ao
lazer por um mês. Quem fugir ou tentar fugir voltará a cumprir pena no sistema
penitenciário comum. Assim, os presos se auxiliam a aceitar com resignação o
cumprimento da pena
Fonte/Alan Jorge/Fotos Clayton Monteles/Ascom Sejap
Fonte/Alan Jorge/Fotos Clayton Monteles/Ascom Sejap
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